Em um momento histórico para o cinema de animação, o Festival de Cannes concedeu a Palma de Ouro honorária ao lendário Studio Ghibli. Pela primeira vez na história do prêmio, a honraria foi atribuída a um grupo, em vez de um indivíduo específico, reconhecendo a imensa contribuição do estúdio para a sétima arte.
A cerimônia de premiação foi marcada por diversas emoções. Curta-metragens inéditos de Hayao Miyazaki, um dos fundadores do Ghibli, foram exibidos pela primeira vez fora do Museu Ghibli no Japão, emocionando o público presente. Goro Miyazaki, filho de Hayao e diretor de “O Menino e a Garça”, recebeu a Palma de Ouro em nome do estúdio.
Em um discurso comovente, Goro revelou que, embora Hayao Miyazaki, aos 83 anos, não tenha planos de se aposentar em breve, ele acredita que tanto o prêmio quanto o sucesso de “O Menino e a Garça” representam um fim de ciclo para sua carreira e para a era de ouro do anime. “Ele está encantado com o prêmio, mas sente que marca o fim de uma era”, disse Goro.
Apesar da reflexão sobre o fim de uma era, Goro enfatizou que o futuro do Ghibli é promissor. “Hayao Miyazaki e Toshio Suzuki [cofundador do estúdio] ainda estão no comando, e suas decisões pesam muito nas grandes escolhas do estúdio. Onde eu me encaixo? Digo a mim mesmo que haverá tempo para pensar nisso quando eles não estiverem mais no comando”, afirmou.
Mensagem gravada de Miyazaki
Embora Miyazaki e Suzuki não tenham comparecido à cerimônia, uma mensagem gravada com seus agradecimentos foi exibida durante o evento. Fiel ao seu estilo único, Miyazaki finalizou a mensagem com um simples e sincero: “Não entendo nada disso, mas obrigado.”
A Palma de Ouro honorária ao Studio Ghibli é um marco histórico que celebra a excelência e a imensa influência do estúdio para a animação mundial. É um momento de reconhecimento para os gênios por trás de obras-primas como A Viagem de Chihiro, Meu Amigo Totoro e Princesa Mononoke, e também um lembrete do legado duradouro do Studio Ghibli para as gerações futuras.