Lançado em 1988, “Akira” é amplamente considerado um marco na história da animação japonesa e um dos maiores animes de todos os tempos. Dirigido por Katsuhiro Otomo, que também é o autor do mangá original, “Akira” não só redefiniu o que era possível em termos de animação, mas também introduziu o mundo ocidental a uma nova e complexa forma de narrativa visual.
A trama de “Akira” é ambientada em Neo-Tóquio, uma cidade distópica e futurista construída após a destruição de Tóquio original por um evento cataclísmico ocorrido em 1988. A nova cidade é um caldeirão de desordem política, gangues de motociclistas e experimentos científicos clandestinos.
O enredo central gira em torno de dois amigos de infância, Kaneda e Tetsuo, membros de uma gangue de motoqueiros. Após um acidente envolvendo Tetsuo e uma criança com poderes psíquicos, ele começa a desenvolver habilidades telecinéticas devastadoras. Esses novos poderes não só ameaçam a estabilidade de Neo-Tóquio, mas também despertam a atenção de forças militares e cientistas que veem em Tetsuo um potencial perigoso similar ao do misterioso Akira, uma entidade com poderes imensuráveis que foi responsável pela destruição da antiga Tóquio.
A influência e o impacto cultural de Akira
“Akira” é frequentemente creditado por popularizar o anime e o mangá no ocidente. Antes de seu lançamento, a animação japonesa era relativamente desconhecida fora do Japão. No entanto, a complexidade temática, o detalhamento visual e a qualidade da animação de “Akira” chamaram a atenção de uma audiência global, pavimentando o caminho para outros animes e mangas se tornarem sucessos internacionais.
Visualmente, “Akira” foi revolucionário. Utilizou uma técnica de animação meticulosa, com 160 mil células de animação e um uso pioneiro de computação gráfica. A atenção aos detalhes, desde as vastas paisagens urbanas até as expressões faciais dos personagens, elevou o padrão da animação para um novo patamar.
Tematicamente, “Akira” abordou questões profundas, como o poder e a corrupção, a responsabilidade científica e a natureza destrutiva da humanidade. Esses temas ressoaram com as preocupações da era moderna, especialmente no contexto da Guerra Fria e da proliferação nuclear.
O Legado do anime no mundo das produções
O legado de “Akira” é vasto e duradouro. Ele influenciou uma geração de cineastas e animadores, incluindo diretores famosos como James Cameron, Ridley Scott e os Wachowski. Seu impacto pode ser visto em diversas mídias, desde filmes de Hollywood até videogames e séries de TV.
Além disso, “Akira” continua a ser um pilar da cultura pop, com referências constantes em diversas formas de arte e entretenimento. A sua relevância perdura, com discussões contínuas sobre uma possível adaptação live-action e reexibições frequentes que continuam a atrair novas audiências.
“Akira” não é apenas um anime; é uma obra-prima que transcendeu fronteiras e definiu um gênero. Sua história complexa, animação impressionante e impacto cultural fazem dele um dos maiores animes de todos os tempos, continuando a inspirar e fascinar gerações de fãs e criadores em todo o mundo.
